domingo, 12 de junho de 2011

Um inverno, um adeus

Nalgum canto perdi minha poesia
Em meio ao caos dos rabiscos desencontrados
Das lágrimas que caem indolentes
De lembranças turvas embotadas pelo cansaço da mente
Levada pela chuva que se arrasta nas calçadas
Maculando toda sua inocência e sinceridade
Que sabe rir como criança sentada num parque
Refletindo o sol na pureza de sua alma
A perdi talvez nas sombras das esquinas da vida
Que guardam encontros com espelhos sinceros
E revelam imagens das duras verdades da consciência
Aonde terá ido parar a minha poesia?
Que os ventos do gélido inverno a levem
E a entreguem a quem ofereça um sol que a aqueça
Fazendo brotar de seu rosto sorrisos de luz
Não hei de dizer adeus à ela, não mesmo
Talvez um "até logo", tímido e cabisbaixo
Ou talvez o melhor que posso lhe dar é o silêncio
É o máximo de sinceridade que cabe em mim
Jamais profanaria tamanho sentimento com palavras
Hei de lembrá-la com admiração e contemplação
Atravessado por momentos de torpor e pesar
Pra quem sabe um dia, se for de sua vontade
Possa bater novamente a minha porta
Quem sabe um dia.
Um dia...

Um comentário:

Karen G. disse...

A poesia é faca de dois gumes.''Pode ser afiada e enferrujada''É por isso que há tanto sentimento na poesia e tanta poesia no sentimento...