quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

2010

Fugindo um pouco do formato textual que mantenho no blog, vou escrever aleatóriamente neste post, iniciando o ano de 2010 no velho e empoeirado "Pensamentos & Etc..."

Fazendo uma breve restrospectiva do meu ano de 2009, a medida que encontro talvez não seja das mais positivas. Se for ainda mais criterioso, pouquíssimo positiva mesmo. Um ano que foi marcado por mais perdas que ganhos.

Durante boa parte do passado ano, mastiguei, relutante, algumas desventuras e decepções sem conseguir engolí-las. Cada dia que se passava mais parecia um fardo, um suplício, que não obstante, vinha acompanhado de uma prece para que chegasse logo ao fim.

Cada dia se tornava uma infinda estrada onde me deparava com dúvidas, incertezas, ódio, raiva, decepção e uma gama de sentimentos enlouquecedores. Solidão era cada vez mais certa, mesmo se estivesse no meio de uma multidão ou cercado por aqueles tem apreço e amor por mim.

As palavras ditas não faziam sentido e a vontade de seguir em frente era cada vez mais fraca, como um rio que tem sua nascente obstruída, tornando-o um mero filete sem força e vida.

Não sabia ao certo se estava perdendo a fé no Divino, ou pior ainda, em mim mesmo.

Imerso em reflexões, buscando algo que fizesse sentido, me deparei com uma frase de Nietzsche muito interessante, que parecia vir a calhar na atual circunstância:

"A grandeza do homem consiste em que ele é uma ponte e não um fim; o que nos pode agradar no homem é ele ser transição e queda."

Parece óbvio quando lemos, e de fato o é. Porém, nos situarmos enquanto indivíduos em eterna transição e queda é um dos grandes desafios da vida, creio eu.

Somente quando nos situamos nessa circunstância é que de fato aprendemos o caminho para lidar com as transições e levantar-nos das inevitáveis quedas reservadas em nossas vidas.

Tendemos a encarar a vida seguindo um estilo "ver pra crer", quando na verdade deveria ser o contrário: "Crer para ver". E não é um crer somente em Deus ou em qualquer divindade que alguém possa acreditar. Trata-se da crença em si próprio e de enxergar-se enquanto potência de mudança e transformação.

A dialética com o mundo é rica, intensa, nos trazendo infinitas experiências, gerando expectativas... Enfim, um infinito de possibilidades, tanto para bem e bom, quanto para mal e mau.

Após essas conclusões, não enxergo 2010 simplesmente como mais um ano que passa, mas sim como mais uma chance e oportunidade de mudança. Pode soar piegas, clichê, demodê, mas talvez seja exatamente isso que falta nas pessoas.

Nós esquecemos como é ser ser humano. E pior, esquecemos que o maior inimigo que podemos ter em nossas vidas somos nós mesmos...

Como por muitas vezes grandes lições estão no mais descabido ou inesperado, deixo para vocês lerem através do link abaixo um pequeno trecho (porém fantástico) do livro Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry.


Todos os dias tentarei lembrar disso e espero que possam se lembrar também. Fiquem com Deus e que 2010 traga à cada um de vocês um novo universo de sentidos!

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!"