quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Fragmentos

Mais uma noite que cai no Rio de Janeiro
Junto uma chuva impertinente
No ar há uma melancolia, talvez tristeza
O cheiro do asfalto quente e molhado
A velocidade dos passos aumenta
Faces anônimas misturam chuva e suor
Num ir e vir trôpego e descompassado
A luz reflete nas gotas da janela
Brincando de cores e formas em meio ao caos
As impacientes buzinas ecoam na grande avenida
Tal qual o peão acelerando o passo da boiada
Mais do que pessoas, universos paralelos
Coexistindo na mesma realidade
A água escorre se arrastando pelo meio fio
Levando consigo um pouco de tudo
A sujeira, o suor, as lágrimas...
Como uma veia aberta a sangrar
Esvaindo fragmentos de vidas que não cansam
E insistem em passar.