sábado, 13 de junho de 2009

Silêncio do poeta

Silêncio
Há quem diga ser o mais perfeito som
Tão perfeito que a busca por ele se torna infinda
Horas atordoante e horas acolhedor
O poeta descobre que o silêncio não se limita ao som da vida
E percebe que mesmo que carregue todo o sentimento dentro de si
Não haverão palavras pra expor tudo que sente
Nem sons que traduzam a velocidade de seus pensamentos
Quiçá a velocidade com a qual seu coração bate em tal momento
Sim, há de se respeitar o silêncio
Por mais duro que possa parecer ao poeta
Silêncio não é morte, não é abster-se
Muito menos a inexistência do sentimento que o move
Talvez seja apenas o cansaço de sua pobre e limitada carcaça
Que foi fadada a carregar tamanha sofreguidão
Ah poeta! Tens o dom de amar com todas as suas forças
Ao mesmo tempo que pode praguejar maldições em seu íntimo
Podes ser Deus em seus devaneios
E o mais ínfimo ser que já viveu
Carregas a loucura desenfreada e desvairada
E a lógica, racional e moralizada
Sim poeta, aceite o silêncio
Acalma teu espírito e amansa teus pensamentos
As palavras haverão de surgir
Não há céu enegrecido que um dia o sol não se faça presente
Fazendo novamente a luz surgir
O silêncio há de cessar, e o sentimento voltarás a sentir
E o sentido voltará, os passos encontrarão o compasso
Verás que quando o silêncio soar como o fim
Não se engane com sua indolência
Não deixe que te cegue com sua obscuridade
Tudo é apenas o começo...