quarta-feira, 2 de março de 2011

Outrora poeta...

Outrora já fui poeta
Já descrevi as sombras da minha psique
As angústias que arrebatam meu ser
Fui fragmento, descompasso
Choro e fracasso
E no meio destas tortuosas trilhas percorridas e a percorrer
Somente o amor me fazia crer no porvir
Era a força motriz da minha existência
Um amor que superara o amor próprio
Que havia se tornado o alicerce da minha alma
Hoje não sou mais poeta
A poesia de outrora deu lugar ao vazio
A fonte de inspiração da qual me nutria
E que através desta renascia... Secou...
Ao caminhar em minha própria existência
Me perdi pois a perdi!
Hoje o poeta deu lugar ao caminhante
Um caminhante das estradas do conhecimento
Do auto conhecimento
Pois se em mim me perdi, hei de em mim me encontrar
E quem sabe numa nova fonte hei de beber e novamente renascer
E nunca me esquecer da primeira fonte que bebi
Que foi e ainda é a razão da minha poesia
Única e eterna, num amor inigualável
Dentro de mim, um jardim de beleza estonteante e inabalável
Que nem mesmo a maldade do tempo
E as sombras maliciosas da alma poderão apagar.

Nenhum comentário: