sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Melífluo


Inconformado o poeta estava
Galgando passos arrastados em sua alma
Buscava as palavras perdidas em seu ser
Aquelas que se perderam nas lágrimas
No suor e na batalha aguerrida pela vida
No crer do porvir de cada dia
Sonhando em dias melhores em cada raiar
Onde pudesse ao menos vislumbrar ideais
De amor, esperança e felicidade banais
Algo que fosse ao menos por um dia suave
Saboroso e melífluo de vivenciar
Sentia-se vulnerável em suas lembranças
Infantil em seus sonhos mais secretos
Almejando frivolidades em seu âmago
Tinha vergonha de quando queria chorar
Ou até mesmo rir sozinho de si
Fazer de sua desgraça sua melhor comédia
Atear fogo em tudo aquilo que lhe consumia
E brincar correndo através das cinzas de si
Enterrar todo o mal que lhe nascia
Colhendo os futuros sorrisos irônicos do passado
E perguntava-se incansavelmente se tudo era apenas
Um protesto feito em silêncio
Por estar deveras cansado de suas noites
As suas longas e eternas noites solitárias...

Nenhum comentário: