sexta-feira, 15 de abril de 2011

Prelúdio

A noite chega de rompante
Os astros e estrelas em seu tímido cintilar
A abóbada celeste enegrecida
Uma estrada à frente e faltam pés para caminhar


O silêncio que nasce da monotonia
Que açoita a inquietude da mente
Como um corpo sem sombra
Que insiste em caminhar indolente


Nesta noite ninguém estava nas ruas
Os bêbados não mais jaziam pelas calçadas
Os amores não estavam mais a namorar no portão
Nesta estrada caminha somente a solidão


No horizonte enevoado da vida mora o sentido
Que nos leva a direção alguma
Como perdidos num forte vento de outono
Flutuamos ao léu como a mais leve pluma


Involuntariamente esticava o braço
A mão procurava ao lado outra para segurar
Mas não havia ninguém...
Nem ao menos para um beijo ou um abraçar


Despido de razão, uma lágrima escorreu pela face
Num gesto tolo, esboçou um sorriso pálido
Percebeu que assim era pra ser
E rendeu-se ao choro que lhe consumia ávido


A noite é somente o prelúdio
A madrugada é o berço
Respirar é a condição
Para o alvorescer de um novo dia.

2 comentários:

Karen G. disse...

Bahhh!Amo quando tu usa estrofes rimadas!Lindo texto,estar vivo,vencendo ou perdendo,é estar sozinho.As estradas podem ser paralelas,mas nunca fundidas...Bisous monsieur!

Anônimo disse...

Lindo poema cara.

Estamos entre os últimos moicanos...mantenhamos a bela poesia conteúdo para que nunca se transforme em língua morta!

- Thomas