sexta-feira, 23 de março de 2012

Palco da Existência

A existência é o camarote para mirarmos em seus olhos
Os olhos taciturnos do inevitável tempo.
Entre um sonho inacabado e um futuro desconhecido
Seres que habitam corpos plásticos,
Mentes vazias e sentimentos fragmentados.
Mas ainda há esperanças para a humanidade.
Resta o sentimento do crer independente da fé
Um crer na potência de que ser humano é ser divino.
Crer que a dor há de deixar de ser dor unicamente
Para que se possa sentir o gozo do alívio da alma.
A honestidade e ingenuidade nestes tempos de cólera
Indo de encontro ao horror e iniquidade que assolam os homens,
Ancorando as almas no porto da tristeza e solidão.
É chegado o tempo de livra-se das amarras do corpo
Abandonar os grilhões que aprisionam o espírito.
Um novo horizonte há de surgir para quem aceitar
Que somente através do amor se encontra a felicidade
Amor traduzido em cada gesto consigo e com o outro.
Felicidade sem amar é o mesmo que tentar viver
Sem conseguir encontrar ar para respirar.

Um comentário:

Karen G. disse...

A cada novo dia olho para o passado e vejo uma criança inocente. Para onde ela foi? A nostalgia da inocência perdida às vezes chega as raias do desespero. Pureza. Tão frágil palavra, em sua pronúncia estão evocadas todas as graças do mundo. Se a criança do passado parece-me tão pura, serei expurgada das minhas atuais culpas quando olhar-me do futuro?