sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Um Trem para as Estrelas


O corpo já ébrio observava o horizonte
Escuro, cinza, soturno e belo
O corpo escorrendo pela cadeira tal qual o suor
Suor que escorria da garrafa da cerveja quente
Os sons da madrugada silenciosa o invadiam
Ressonavam nas paredes do quarto 
Se jogavam loucamente em seu peito
Que mais parece a velha rodoviária da cidade
Aportando e abrigando sentimentos perdidos
Choros mal destilados e copos meio vazios
Nesta noite apenas uma estrela ousou brilhar
Desafiava os sentimentos deste pobre errante
Que de tanto insistir seus olhos não mais queriam cerrar
Eles pareciam querer lhe fazer esperar o inusitado
Olhava o relógio e não haviam mais números
Estes deram lugar a sentimentos que de hora em hora o acometiam
A madrugada começara a se tornar longa...
A respiração trôpega...
Sem se dar conta em sua face uma única lágrima escorreu
Ao pingar em seu peito a olhou com um breve sorriso
Sentiu então o sol surgir no horizonte
Seus olhos da noite então se fecharam lentamente
Outra lágrima surgiu de repente e recolheu seu corpo
Pensou alto consigo em seus sonhos infantis e tolos
Tudo que eu queria nessa noite era pegar um trem para as estrelas...

Um comentário:

Karen G. disse...

Quando eu te falava sobre abraçar a tristeza...Na possibilidade de construir algo nobre com ela...Talvez eu só quisesse enobrecer a própria tristeza...Existe algo de tão doce, tão meigo nisso. Tomara que você consiga a sua passagem de trem. Seria um excelente presente de aniversário. Parabéns, Luiz. :)