Na velocidade dos dias
No passo apressado
Do espírito amargurado
Resta ainda um ser descarnado
Separado de si
Onde uma alma jaz num corpo
Desfalecido, mortificado
Olhos abertos, porém vendados
Realidades se cruzando
Respiração fria e descompassada
Seguindo o mesmo Deus
Numa estrada sem saída
Todos se queimando
Tal negra é a chama
Da fumaça dos escapamentos
Abafando cada alma, sem escapatória
E buzinava cada canto
E gritava cada cria
E mesmo sem saber, já fadada ao Haver
O barulho era o mesmo
O projétil invade a muralha
Das proteções contra nós mesmos
O sangue espirra diante da família
Com a dor trazendo cor a hipocrisia
A dor ganha movimento no jornal matinal
Todos sentados à mesa comentando o fato
Não percebendo o principal
A verdade velada e os gritos silenciosos
Eram eles que estavam mortos
Há muito tempo, mesmo sem saber
Que os prisioneiros são eles
No cárcere da ignorante humanidade
---------------//------------------
*Parceria de Thomas Tjabbes na autoria deste texto*
4 comentários:
Vitor, li todas seus escritos, você realmente é talentoso, com uma sensibilidade rara de se achar, infelizmente.
Ah...seu gosto musical também é muito bom.
Sucesso é o que lhe desejo.
Era uma vez um certo Luiz que escreve sempre muitíssimo bem e era uma vez uma certa Karen que gosta do que ele escreve mas ele some do messenger e quase que a Karen não lê mais nada deste certo Luiz.
Continua coruja,ou se perdeu entre suas palavras?
Abraço e vê se não some de vez hein,
Karen Garbo.
Me sinto honorado pela adaptação, contando que se tenha os devidos créditos!
Um grande abraço
Honrado*
Postar um comentário