quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Respiração

Sim, respiro-te, hermético, estagnado, enclausurado
Preso nas garras de um amor que transcende, que me consome
É o momento em que deixo de ser e sei que simplesmente existo
e sinto que estou fadado
A ver que minha existência hoje é dependente de algo que só tem um nome
Amor, sim, amor, só pode ser isso
Respiro você nas lembranças, do que já vivemos
Do momentos que ainda estão em seu decorrer
E dos que ainda viveremos
Embora afirme que nosso amor na verdade
Soe como uma antiga canção em meu ouvido
Só confirmando o que há muito tenho sentido
Que somos um, um ser uno, indivisível
Unidos inexplicavelmente
Através de uma misteriosa unção que ultrapassa os mistérios
Da existência e rasga os véus da alma
Paro, respiro fundo novamente, e fica cada vez mais claro
Que não sou só eu, mas que também sou você
E que cada vez mais sou sedento, necessitado de ti e
Das tuas palavras e de teus silêncios
Peço perdão a Deus por estar sendo profano
E crer que todo o amor do mundo habita em mim
E que se me visse sem você, seria como se cessasse minha respiração
E teria certeza que pior até mesmo do que a própria morte
Seria saber que sem você eu teria chegado ao meu fim.

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