quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Fatídica Existência

O desespero do silêncio atravessa em ar apressado
Os delinquentes da manhã bêbada sobram nas calçadas
E meus amores? Se foram, Me negaram!
Vou-me pela mesma calçada que os delinquentes da madrugada
E amores, quem precisa deles?
Preciso de mulheres, do seu sexo
Encontrar a mim mesmo, nessa aurora sem cores
Nesse preto-e-branco letárgico, amoral e sem valores
Percebo que meus passos na calçada se arrastam
Sou talvez uma miragem, sim
Sou aquela criatura que não existe
E insisto em ser a desgraça
Que pra mim não é miséria
Pra mim é a verdade
E sem poder escolher,
A condição de haver me obriga a viver
Mas a cada respiração profunda,percebo que não tenho cheiro, que sou incorpóreo
Que sou etéreo,que quase inexisto
Mas dentro cresce a energia
E me transformo no ser que eu sou
Aceitação do meu mundano inevitável
Sou agora a razão da própria cria
Sou o expurgo da causa primeira
que insistiu em me fadar a humanidade
Nascido da primeira ação
Que só deu sequência as piores reações
Mas no final destas contas
Das memórias e dos fatos
Sou apenas a boca dos ratos
Que vivem por viver
E não presta conta, não, é conto
É conto de fadas
E eu sou o autor
Não do choro, mas da risada!
Como o palhaço que se traveste de felicidade
Que as luzes do picadeiro se apaguem,
E que os aplausos se calem,
Pois o show agora sou eu quem faço
Chega de da vida ser a caça
Hoje sou eu quem caço!

Vitor L. Muniz e Thomas Tjabbes

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